Desde que engravidei que a minha preocupação pela minha saúde e pela da bebé foi colocada em primeiro lugar. Se já antes tinha cuidado com a alimentação e sempre que podia praticava exercício físico, esse necessidade tornou-se urgente à vista do resultado positivo do teste!
A médica não foi carne nem peixe quando lhe perguntei se podia praticar exercício físico. A médica não foi carne nem peixe quando lhe perguntei sobre a minha alimentação, a única resposta que lhe ouvi foi um “faça de acordo com a sua consciência”, presumi que o mesmo se aplicasse ao exercício.
Durante a gravidez adoptei os hábitos que já referi aqui algumas vezes e que não vale a pena repetir.
Apartir do momento em que esses hábitos se instalaram e tornaram rotina, comecei a pensar no pós parto. Por mais pesquisa que faça, em Portugal simplesmente NÃO HÁ informação sobre exercício no pós parto. Em Portugal não há sequer informação sobre exercício durante o parto por isso… igual ao litro… no máximo dos máximos o que se encontra é a indicação de “faça exercícios leves e de baixo impacto”, “não exagere”, “não se esforce”, “não faça”, “não aconteça”, com os quais eu concordo plenamente!! No entanto esquecem-se de mencionar aspectos que considero fundamentais e que variam de mulher para mulher: os antecedentes de cada grávida, o início de gravidez, a gravidez em si… a hidroginástica, por exemplo, comigo não funcionaria nunca! Jamais! Acho a hidroginástica um desporto muito giro, muito engraçado e perfeito para a maioria das mulheres mas para mim, é uma seca… eu sei o que estou a dizer, aguentei praticar hidroginástica durante uns estonteantes 3 meses… depois tive de inserir outro elemento e durante os restantes 9 meses fazia hidroginástica duas vezes por semana (na piscina municipal), bodycombat e bodypump três vezes por semana (no ginásio)! Depois desisti da hidroginástica e acabei por ter de desistir do ginásio também graças aos brilhantes horários de trabalho que tinha mas isso agora também não interessa nada...
Em relação à recuperação pós-parto, a informação que existe, mais uma vez, é fora do nosso território. Em Portugal a gravidez ainda é mito suficiente para apenas os centros de preparação para o parto terem planos pós-parto e mesmo assim não serem todas, muito menos a maioria, das mulheres a fazê-los. Cheguei mesmo a entrar em contacto com a Faculdade de Motricidade Humana e a questionar a eventual existência de estudos desenvolvidos a respeito mas até ao momento… nada.
Decidi desenvolver a minha própria pesquisa e sempre que possível contactar com profissionais que saibam do que estão a falar, que sejam seguros do que dizem. A gravidez altera completamente a constituição física das mulheres e é com o devido cuidado e gradualmente que a recuperação deve ser feita. Associada ao exercício físico temos de ter em conta a alimentação, a amamentação e o estado de esgotamento físico em que a grávida estará! A minha bebé ainda não nasceu, não faço ideia se será uma menina calma ou não – dado o histórico da princesa na minha barriga, prevejo noites em claro que se manterão até bem depois dos seus 18 anos mas enfim…
Vou colocar aqui o genérico da informação que vou recolhendo, alguma traduzida. Acredito que assim que a bebé nascer muita coisa vá sendo adaptada tendo em conta os horários das mamadas e as minhas tentativas de dormir com os sonos dela!!
De qualquer maneira aqui fica uma primeira recolha:
Exercicio aeróbico 4 a 5 vezes por semana, 6 a 8 semanas após o parto, não tem qualquer condicionamento na amamentação, melhorando o condicionamento fisico das mães - Dewey et all. 1984
Emagrecimento (0,5kg/semana) entre 4 a 14 semanas após o parto (amamentação) não afecta o crescimento dos bebés - Lovelady et all 2000
Pode-se recuperar o antigo corpo ou até um melhor? Se sim, em quanto tempo?
Sim, mas o tempo que demora a voltar ao peso que tinha depende também daquele que ganhou durante a gravidez, defende Anne Collins, nutricionista, consultora e autora de um programa de peso. Em média, acrescenta a especialista, são 11-13,5 quilos. Quando a criança nasce, as mães perdem 5 a 6 quilos, ficando com 5 a 9 para perder depois, os quais – intervalando com três meses para recuperação – deve, desaparecer dentro de 6 a 8 meses. Na verdade, pode-se ter um óptimo corpo pós-parto. "Conheço muitas mulheres que, até mesmo depois de terem várias crianças, criaram melhores corpos do que alguma vez tiveram. É preciso algum tempo para se conseguir isso. Não se podem esperar milagres. O corpo esteve 40 semanas a “alargar”, portanto é preciso tempo para recuperar," segundo Lisa Druxman, autora do livro Lean Mommy (Mamã Magra) e criadora de Stroller Strides (programa de fitness para mães e respectivos bebés). "Não vai acontecer durante a noite, é preciso disciplina e tempo (o que a maior parte das novas mamãs têm pouco!). Deste modo, espere ver resultados entre três a 12 meses", diz Jennifer Wider, autora do Guia de Sobrevivência da Nova Mãe (Bantam, 2008). Uma revisão recente da Cochrane Library sugere que as mulheres que voltam ao seu peso pré-gravidez em cerca de seis meses têm um risco menor de terem excesso de peso 10 anos depois.
Quanto tempo depois da gravidez devemos esperar para começar a praticar exercício físico?
Quinze dias em caso de parto normal. Se bem que não há regras gerais, a mulher pode começar a fazer exercício assim que se sinta confortável, sem dores na zona abdominal e na região do períneo (zona entre a vagina e o ânus), esclarece Tatiana Dominguez, coordenadora das aulas pós-parto do Centro Pré&Pós Parto, em Lisboa.
Três meses de intervalo, aconselha Collins. A maior parte dos médicos recomendam que se espere seis semanas antes de começar um programa de exercício físico “tradicional”. Mas isto não quer dizer que se tenha de esperar para começar outro tipo de exercício, defende Druxman. A autora sugere o seguinte:
Começar a reabilitação pélvica no chão imediatamente: exercícios Kegel.
Semanas 0 a 2: actividade suave; começar com balanços pélvicos e pequenas contracções abdominais.
Semanas 2 a 4: pequenos passeios de 5 a 15 minutos.
Semanas 4 a 6: manter a rotina. Não forçar a progressão.
Ela também sugere algumas limitações: evitar exercício muito intenso ou extenuante. Parar se o exercício causa dor, tonturas ou promove sangramento. Evitar agachamentos amplos e grandes movimentos laterais.
Tradução livre
O exercício afecta a amamentação?
Citando Druxman: "A pesquisa demonstra que exercicio regular, apoiado, de intensidade moderada a elevada, não implica com a quantidade ou qualidade do leite materno. Existe um pequeno número de casos em que se verificou o aumento da concentração de ácido lático no leite materno que resulta na diminuição da mamada por parte do bebé devido ao sabor amargo do leite. Este problema só foi detectado nos casos em que a intensidade do exercicio físico foi suficientemente alta para provocar a acumulação de ácido lático nos musculos. Tipicamente, o exercício aerobico não tem demonstrado afectar a mamada do bebé.
Por outro lado, amamentar antes do exercício deverá anular qualquer risco potencial uma vez que o ácido lático produzido e que se acumule no leite, deverá dissipar-se em 30 a 60 minutos após o exercício. Desde que as mamadas sejam regulares, nem o exercício fisico de alta densidade nem o ácido lático acumulado representarão qualquer risco para a mãe ou o bebé.
Outra pesquisa verificou o efeito do exercicio na taxa de imunoglubina A (IgA), um componente fundamental do sistema imunitário, verificando que os niveis de IgA no leite materno reduzem ligeiramente após o exercício. Se esta redução compromete a saude do bebé ainda não foi confirmado no entanto os autores do estudo recomendam a amamentação antes do exercicio eliminado o risco de potenciais efeitos adversos. A pesquisa sobre o efeito do exercício fisico no conteúdo mineral do leite materno não encontrou dados significativos.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
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