quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"Estreptocoiso" do grupo B

Com o final da gravidez a aproximar-se, começam a rodear-me nomes em "medicalês" e "quimiquês", que os profissionais se esquecem de explicar o que são, o que fazem e como se podem tratar...

A ultima novidade é a análise à Infecção Neonatal pelo Estreptococo do Grupo B... que, como o próprio nome indica, é um coco... Não, não estou a abrincar, é a Wikipédia que o diz: "São cocos que se agrupam em colônias lineares ou em pares. Com técnica Gram, as características da sua parede celular, com parede celular grossa e membrana simples, determinam coloração roxa (Gram-positiva). São imóveis, já que não possuem órgãos de locomoção (como flagelos e cílios). Nenhum fabrica a enzima catalase, sendo, portanto catalase-negativos, uma distinção importante contra os Staphylococcus."

Está mais claro agora?... Quem quiser ler a descrição na íntegra e ficar ainda mais "esclarecido" sobre o tema deverá seguir para Wikipédia

Infelizmente a minha formação em química ficou sossegadinha no primeiro ano de faculdade, pelo que me remeto à minha abençoada ignorância e decidi procurar textos mais leigos...

Prevenção da Infecção Neonatal pelo Estreptococo do Grupo B
Escrito por Rafael Frederico Bruns | 19 Julho 2009


O Estreptococo do Grupo B (EGB ou GBS em inglês), ou Streptococcus agalactiae é atualmente considerado um dos principais agentes acusadores de infecção neonatal precoce, podendo causar o óbito em cerca de 25% dos casos. O trato gastro-intestinal é o reservatório natural do Estreptococo do Grupo B que pode colonizar de forma transitória, crônica ou intermitente a vagina ou o reto de até 30% das gestantes.

A letalidade desta infecção materna é baixa. A colonização por este agente no final da gestação é o principal fator de risco para sua transmissão ao feto, particularmente após a ruptura das membranas ou o início do trabalho de parto. Diante da gravidade desta infecção para o recém-nato o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) elaborou em 1996 um protocolo de prevenção desta infecção que foi revisado em 2002. Resumimos aqui as principais recomendações:

Pesquisa universal (para todas as gestantes) da colonização do estreptococo entre 35 a 37 semanas de gestação. O método de rastreamento é baseado na cultura de secreção vaginal e retal, colhidas por SWAB para Estreptococo do Grupo B.


Durante o trabalho de parto ou no momento da rotura de membranas a quimioprofilaxia deve ser administrada para todas as gestantes colonizadas pelo estreptococo. A colonização em uma gestação prévia não é indicação de quimioprofilaxia em gestações subsequentes. O rastreamento do estreptococo em cada gestação é o que determina a necessidade de quimioprofilaxia.


Mulheres com estreptococo identificado em culturas de urina (em qualquer concentração) durante a gravidez devem receber a quimioprofilaxia intra-parto. O rastreamento entre 35 a 37 semanas não é necessário para pacientes com culturas urinárias positivas para o estreptococo.


Mulheres que tiverem um filho anterior com infecção por estreptococo devem receber quimioprofilaxia e o rastreamento entre 35 a 37 semanas não é necessário nestas pacientes.


Se o resultado do rastreamento não é conhecido, a paciente deverá receber quimioprofilaxia nos seguintes casos: (1) Trabalho de parto em idade gestacional inferior a 37 semanas; (2) Tempo de rotura de membranas superior a 18 horas; (3) Apresentar febre durante o trabalho de parto (≥ 38°C) . Se o resultado da cultura for NEGATIVO dentro de até 5 semanas antes do parto, a quimioprofilaxia não é indicada mesmo que os fatores de risco estejam presentes.


As pacientes devem ser informadas do resultado da sua cultura e nos casos onde não houver infecção urinária antibióticos não devem ser utilizados antes do parto para tratar as seguintes situações: (1) Colonização pelo estreptococo - o tratamento da colonização do estreptococo não é eficaz em reduzir a doença neonatal pois após o tratamento a paciente é rapidamente recolonizada; (2) Pacientes colonizadas com cesárea planejada e realizada antes da rotura de membranas e do início do trabalho de parto.


Para a profilaxia intraparto o seguinte regime antimicrobiano é recomendado: penicilina cristalina 5 milhões de unidades endovenoso como dose de ataque e 2,5 milhões endovenoso a cada 4 horas até o parto. Como segunda linha pode ser usada a ampicilina 2 g endovenoso de ataque e 1 g endovenoso de 4 em 4 horas até o parto. No caso de pacientes alérgicas a penicilina deve-se usar eritromicina (500 mg EV 6/6h) ou clindamicina (900 mg EV 8/8h), dependendo da sensibilidade do estreptococo na cultura, pois há relatos de resistência desta bactéria a estes antimicrobianos. O uso de vancomicina (1 g EV 12/12h) está reservado às pacientes alérgicas à penicilina e cuja cultura mostrou resistência a eritromicina e a clindamicina.

1 comentário:

  1. Calculo que devo fazer esse exame esta semana na minha GO...ela já me falou dele. E tb me disse que se der positivo vou ter o parto de cesariana, para não haver riscos! VEREMOS!

    BJ GR PARA VOCES!!!

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